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  • Foto do escritorHarmonie

Na vibe slow cosmetic



Acho que em alguma vida passada fui uma curandeira, daquelas de longos cabelos brancos que vivem 100 anos e moram em uma cabana perdida no meio da floresta, e as pessoas vinham visitar pra descobrir de onde está vindo a dor de ouvido e aí eu dizia : “faça esse chá de ervas e tome 3x ao dia...ah, e coma alho”!


A medicina alternativa sempre me encantou e ter crescido no Acre, no meio da floresta amazônica, deu uma apimentada a mais!


Lá em casa era assim: tá gripada? Dá-lhe chá de gengibre, alho, limão, mel e propólis, uma velha e boa receita de família. Dor de cabeça? Acunpuntura. Tratamento pra verme? Matruz com leite, dessa parte eu tenho péssimas lembranças, por sinal. Anemia? Feijão com betteraba no almoço e suco de betteraba com limão no lanche.


Não deu outra, alguns hábitos de infância continuam à nos acompanhar ao longo da vida de gente grande e com o tempo até ganham mais força.


Quando voltei pra Paris, após um longo e intenso período morando no Marrocos, eu tava “mais lisa do que pau de sebo”!


O apíce da minha miséria foi consacrado com a compra de um vôo de última hora no aeroporto após ter chegado 30min atrasada para o embarque. Eu queria chorar... e chorei! Gritei, esperneei e ainda mandei uns bons insultos pra moça do guichet e pra minha prima, nada que eu possa me orgulhar hoje... acho importante dizer!


A Martine, minha queridíssima prima, estava me visitando no Marrocos e resolveu comer Mc Donalds no dia da minha viagem e eu que não queria deixá-la sem companhia inventei de esperar. Duas horas depois lá estava eu gritando dentro do táxi - “Moço aceleraaa pelamordedeus”, e ele respondendo “vai dar tempo senhora, incha alllah! ”.


#Sóquenão! O incha allah não funcionou. Uma hora depois lá estava eu sentada no banco do aeroporto e sendo consolada pelo mocinho da segurança que ficou com pena da minha cara inchada de tanto choro.

Eu só tinha duas vontades: voltar pra Paris e socar a Martine !


De volta à França e sem um puto no bolso, eu tive que exercer a criatividade e foi aí que aderi ao fundo à prática do DIY ou Faça você mesmx. Então comecei à fazer os meus próprios cosméticos e produtos de limpeza. Eu tinha que economizar e ao mesmo tempo precisava cuidar da pele e da casa.


Além disso, a temporada em Casablanca me fez repensar sobre algumas atitudes e uma delas foi em relação à uma vida mais minimalista e um consumo consciente. Até então eu me interessava por grandes marcas de beleza cosméticos como Lancôme, L’oréal, Clinique e companhia, mas depois de conhecer melhor as alternativas naturais que existem mundo à fora em relação ao cuidado com a pele, hoje eu consumo muito menos, eu diria em torno de 30% do tempo. É claro que não dá pra ser radical, existem momentos em que temos que recorrer aos produtos industrializados seja por razão X ou Y, mas o quanto pudermos evitar melhor será !



A vibe natureba me picou e hoje praticamente todos os meus produtos como máscara de hidratação, shampoo, sérum facial, creme hidratante, manteiga corporal, desodorante, leave-in, são todos feitos em casa e é um verdadeiro prazer poder saber exatamente o que eu estou colocando na minha pele. Isso me permitiu conhecer melhor o meu corpo, saber o que me faz bem e o que não, e assim entender e amar o fato dele ser único. Tudo isso também me ajudou à me libertar do consumo excessivo de produtos que mais servem para embelezar a minha prateleira e mostrar que eu sou uma pessoa que só utiliza marcas hypes e caras, e consequentemente continuar à enriquecer grupos que não tem nenhum verdadeiro engajamento social e ambiental. O interesse desas marcas é simples e direto: nos incintar cotidianamente à comprar produtos que não precisamos !


Realizar meus próprios produtos também me deu uma autonomia enorme, pois hoje eu sei, por exemplo, que meus cabelos amam máscara de abacate e babosa e isso eu posso encontrar em qualquer canto do mundo! A facilidade e a economia foram entrando na rotina, além de uma menor produção de lixo, porque tudo volta pro ciclo natural da vida.


Adotar a prática do “faça você mesmo” virou quase que uma bandeira política, porque a gente passa à prestar atenção em cada componente de um produto ao mesmo tempo que nos tornamos mais exigentes em relação à qualidade. É tipo aquela frase “menos é mais”, ou seja, a gente economiza na quantidade e dá um up na qualidade, mais vale um super creme do que 5 mais ou menos, não é ?


Uma das receitas que aprendi, quero dividir aqui porque ela é simples, natural, fácil de fazer e faz um bem danado pra pele e você pode conferir neste post .


Bisou bisou

Amy

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